Julho 2019ver na web


Neste mês: O funcionamento do BPC no sistema de Previdência, os direitos LGBTIs ao redor do mundo, as viagens de Tintim, e mais.

EM DETALHE

O Benefício de Prestação Continuada e quantos são seus beneficiários em todo o país

Um dos pontos em discussão dentro do contexto da reforma da Previdência é a alteração das regras de funcionamento do Benefício de Prestação Continuada, o BPC. O benefício, que paga um salário mínimo a idosos ou a pessoas com deficiência, é voltado à população de baixa renda (renda familiar média de até 75% do salário mínimo), independentemente do histórico de contribuição previdenciária dos beneficiários.

O programa foi implementado em 1996, em substituição à RMV (Renda Mínima Vitalícia), que era paga a idosos ou inválidos e continuou a ser recebida apenas pelos antigos beneficiários. É possível observar a evolução no número de pessoas que recebiam benefícios pelos dois programas, em cada uma das categorias, no gráfico abaixo:

Grafico: O Benefício de Prestação Continuada e quantos são seus beneficiários em todo o país

Considerando a distribuição geográfica, os estados do Norte e do Nordeste se destacam entre aqueles onde há maior número de beneficiários em relação ao total da população local. Em Alagoas, quase 3,5% dos habitantes recebem o benefício, comparado com cerca de 1% no estado de Santa Catarina, que tem o menor percentual de beneficiários.

grafico O Benefício de Prestação Continuada e quantos são seus beneficiários em todo o país

Essa distribuição geográfica do BPC também pode ser analisada no nível do município, como vemos no mapa abaixo. Alguns lugares, como o sul da Bahia, a região do Pantanal e alguns municípios da Amazônia e no Nordeste, concentram as maiores proporções de beneficiários. O Vale do Ribeira, em São Paulo, e os pampas, no Rio Grande do Sul, destacam-se como regiões com as maiores taxas de beneficiários por habitante, mesmo estando localizadas em estados mais ricos.

Em 2018, as despesas com o BPC chegaram a R$ 52,8 bilhões — com o Bolsa Família as despesas foram de R$ 30 bilhões naquele ano. Embora o BPC seja um benefício de assistência social, a alteração das regras de acesso e dos valores pagos é um dos pontos da reforma da previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro.

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OUTROS QUADRANTES

No mês do orgulho LGBTI, qual o panorama dos direitos dessa população ao redor do mundo

No mês passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) incluiu a homofobia na interpretação da lei de racismo, gerando a criminalização dessa forma de preconceito no Brasil. O mês de junho, em alusão à revolta de Stonewall, também é marcado por uma série de campanhas de conscientização e de celebração do orgulho LGBTI em vários países do mundo.

Nesse contexto, o Nexo elaborou uma visualização da garantia de direitos das pessoas LGBTI em cada país, com base no relatório State Sponsored Homophobia de 2019 da Ilga (International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association).

Segundo o relatório, em apenas 39 países há previsão de punições para a homofobia. Na contramão, 43 países criminalizam a homossexualidade para ambos os gêneros e 26 proíbem apenas para os homens. Além disso, também são mostrados nos gráficos quais os países que reconhecem uniões homoafetivas e aqueles que permitem a adoção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo.

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Tintim faz 90 e o ‘Nexo’ registra em gráficos suas viagens pelo mundo

Com 24 álbuns de quadrinhos, 13 episódios de radiodrama, 141 episódios animados divididos entre dois seriados diferentes e sete longas-metragens, “As Aventuras de Tintim” se consagraram como uma das mais amadas peças de mídia produzidas no século 20. Com sua primeira aparição na seção infantil do jornal belga Le Vingtième Siècle, em 1929, o jovem repórter investigativo rapidamente cativou o público e continuou a ser publicado em outros lugares até a morte do autor Hergé.

Apesar de seu sucesso, a obra sofre diversas críticas por apresentar uma visão baseada em estereótipos culturais e raciais de países africanos, asiáticos e americanos, refletindo aspectos do colonialismo belga. O autor chegou a modificar algumas histórias em reedições, como resposta a essas opiniões.

O Nexo preparou uma série de mapas, mostrando o itinerário de Tintim nas histórias em quadrinhos. Nos 24 volumes publicados, o jornalista esteve em 51 destinos diferentes, reais ou fictícios, em todos os continentes. Não houve nenhuma visita ao Brasil, embora Tapiocapolis, a capital do país fictício de San Teodoro, fosse inspirada em Brasília.

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DO ARQUIVO

Estados Unidos, Paraguai, Japão: onde vivem os brasileiros no exterior

Embora não existam números oficiais de quantos brasileiros vivem em outros países, o Itamaraty estimava que esse número, em 2015, era de cerca de 3 milhões de pessoas. Dentre os países que mais recebem brasileiros, destacam-se os Estados Unidos, com quase metade dos expatriados, seguidos por Paraguai e Japão, com 332 mil e 170 mil brasileiros, respectivamente.

No Paraguai, grande parte dos migrantes saíram dos estados do Sul do Brasil e se dedicam à produção agrícola. Já no Japão, a comunidade brasileira é formada principalmente por descendentes de japoneses que voltaram ao país dos antepassados para trabalhar.

Em relação ao percentual da população local que é brasileira, países fronteiriços destacam-se nos primeiros lugares. Na Guiana Francesa, que é contada separadamente pelo Itamaraty embora seja um território francês, os brasileiros são mais de 15% da população. Vêm em sequência Paraguai, Suriname e Guiana.

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NO RADAR

Copa do Mundo de futebol feminino

Previsões e realidade da Copa do Mundo de futebol feminino

O FiveThirtyEight, veículo de imprensa americano especializado em estatísticas de política e de esportes, fez estimativas das chances de cada seleção ganhar a Copa do Mundo de futebol feminino, realizada entre junho e julho, na França. Essas estimativas foram feitas a partir de simulações que se baseavam no retrospecto dos times, considerando a força ofensiva e defensiva de cada seleção, e eram atualizadas a cada jogo. Havia ainda a possibilidade de acompanhar em tempo real as probabilidades de vitória, empate e derrota dos times em cada partida.

Inicialmente, as francesas tinham a maior probabilidade de vencer a competição, com 20%, comparado com 18% das americanas — o Brasil tinha apenas 4%. Após os Estados Unidos eliminarem a França nas quartas de final, a chance da seleção americana ganhar a competição subiu para 48%, possibilidade que acabou se concretizando ao final da competição.

O FiveThirtyEight também monitora a eficácia desses prognósticos que o veículo faz tanto para eleições e votações, como para o esporte. Uma curiosidade é que as resultados relacionados à política são menos previsíveis do que os de eventos esportivos. Nesta página, é possível checar a precisão das estimativas.

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