Política Eleições 2018

Sem 'problemas' nas urnas, Brasil já teria presidente, diz Bolsonaro

Candidato do PSL fará segundo turno com Fernando Haddad (PT)
Jair Bolsonaro (PSL) fala a eleitores ao lado de Paulo Guedes após apuração do primeiro turno Foto: Reprodução/Facebook
Jair Bolsonaro (PSL) fala a eleitores ao lado de Paulo Guedes após apuração do primeiro turno Foto: Reprodução/Facebook

RIO - O candidato do PSL à Presidência , Jair Bolsonaro , destacou que o Brasil já teria um presidente eleito neste domingo não fossem os "problemas" do sistema eletrônico. Durante a votação, a campanha do presidenciável denunciou supostas irregularidades no sistema eletrônico e questionou a legitimidade do pleito por este sistema. Com 98% das urnas apuradas, o deputado tem 46,33% dos votos válidos contra 28,85% de Fernando Haddad ( PT ), com quem disputará o segundo turno em 28 de outubro.

Neste domingo, além do Rio, Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram problemas em urnas. O principal obstáculo foi em relação à validação da biometria , o que causou demora, confusão e abstençõe s. Para ser eleito no primeiro turno, ele precisava de ao menos 50% dos votos válidos. A Justiça Eleitoral reafirmou que o sistema é seguro, sem constatação de qualquer fraude em 22 anos de uso. Um vídeo que circulava nas redes neste domingo e que mostraria a urna se "autocompletar" em prol do petista foi editado , explicou o tribunal. Em transmissão ao vivo no Facebook, após o encerramento da apuração, o deputado frisou que vai exigir "soluções" para os problemas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

- Devemos continuar mobilizados. Não podemos simplesmente nos recolher. Vamos juntos ao TSE exigir soluções para isso que aconteceu. Foi muita coisa. Tenho certeza que, se esse problema (supostas irregularidades nas urnas) não tivesse ocorrido, se tivesse confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente decidido no dia de hoje. Não podemos esmorecer, porque o que está em jogo é a nossa liberdade, é manutenção da Operação Lava-Jato - ressaltou Bolsonaro, ao lado de seu guru da economia, Paulo Guedes.

No vídeo ao vivo, o deputado agradeceu os quase 50 milhões de votos no primeiro turno, mas reclamou do veto ao voto impresso.

- Reclamações foram muitas, inúmeras. Quando aprovamos o voto impresso lá atrás, era justamente para evitar isso. Lamentavelmente o sistema ganhou essa primeira batalha aí derrubando o voto impresso.

Ao comparecer à sessão de votação, pela manhã, Bolsonaro destacou que confiava poder "liquidar" a eleição neste domingo. Ele voltou a ressaltar que tem 300 parlamentares de "várias bancadas" solidários a seu programa de governo.

- Vamos unir o nosso povo. Unidos seremos uma grande nação. Japão, Coreia do Sul e até mesmo Israel. Vemos o que eles não têm e o que eles são. Vemos o que nós temos e o que não somos. Vamos fazer uma política externa sem o viés ideológico. Vamos jogar pesado na questão da segurança pública, vamos trazer a paz para as mulheres - prometeu o candidato.

Bolsonaro ainda frisou que vai acabar com a "indústria da multa" ambiental e com "todos os ativismos". A ideia, segundo ele, é "tirar o Estado do cangote de quem produz" com base em desoneração da folha de pagamento e privatizações, sem, no entanto, "entregar" o patrimônio estratégico brasileiro.

- Nós diminuiremos o tamanho do Estado. Teremos no máximo 15 ministérios. No primeiro ano, no mínimo em 50 estatais, ou privatizamos ou extinguimos - explicou. - Nós temos responsabilidade em definir que estatais são estratégicas. Não queremos entregar nosso patrimônio para qual país que seja. Devemos valorizar o que é nosso.

O candidato aproveitou para atacar o adversário de segundo turno e pediu aos apoiadores que o ajudem na campanha da etapa final à Presidência.

- Não vai ser fácil o segundo turno. Eles têm bilhões para gastar. Eles quebraram grandes empresas, afundaram bancos, arrebentaram com fundos de pensão. Eles têm poder econômico enorme e parte da mídia favorável a seus propósitos - ressaltou Bolsonaro.